quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mudança

Tudo o que já tinha aqui e mais um pouco, agora aqui: http://contracorrenteza.blogspot.com/

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Mal acostumados?

Pois é. Eu que me habituei a só vir aqui pra desancar a diretoria e o time do Palmeiras, estou até estranhando vir pra elogiar.

Depois da situação apatetada da primeira negociação com Muricy, o Palmeiras segurou o Jorginho no comando e fez partidas muito boas. Venceu e convenceu de certa forma, ainda mais nesse cenário desértico do futebol brasileiro e quando ninguém mais esperava, anuncia Muricy do jeito certo: sem especular, sem fazer novela, sem praticar aquela masturbação prolongada que virou praxe nas negociações que o Palmeiras promove nos últimos anos.

Despachamos nosso rival-freguês com um belo saco de gols do vendedor de acarajés, que já está quase merecendo que eu "guarde" este apelido e caso o time não seja desmontado, temos sim chances de sermos campeões brasileiros.

O problema começa aí. Não haver desmanche. O Diego Souza só agora resolveu justificar a novela e o valor pagos por ele, não pode sair. Se sair é a prova cabal e definitiva que a Traffic(o) está pouco se lixando para o Palmeiras e só usa o clube como sua meretriz.

Precisamos nos livrar de alguns pesos mortos, como aquele Marquinhos, Williams, Jumar e outros tantos e, mais do que isso, precisamos nos reforçar.

Talvez a chegada de Figueroa sane o problema das laterais, mas precisamos mais um atacante para o lugar do sachê de armário de avó, aquele moleque do Keirrisson. Precisamos reforçar o elenco para uma competição longa e cheia de suspensões/contusões, mas ao que parece, o Palmeiras finalmente entrou num caminho que não tem a fragilidade dos outros anos, quando chegamos até a liderar ou algo bem perto disso com o Luxa e com o Caio Jr (bato na madeira três vezes), mas sabíamos que o time era um monte de estrume e que aquilo era circunstância passageira.

Hoje não. Sabe-se lá como, a saída do Luxanário uniu o elenco, os bagres passaram a correr atrás da bola e aqueles que tinham algum futebol resolveram mostra-lo. Jorginho deu conta do recado e entregou o time para o Muricy na vice-liderança, com uma sequência boa e boas perspectivas futuras, já que o novo comandante é o rei dos pontos corridos.

Vamos torcer apenas para que nossa diretoria faça exatamente o contrário do que faz 99% do tempo, ou seja, atentar contra o próprio patrimônio e só reforce o time, sem fazer nada para prejudica-lo.

Não digo que a coisa será fácil e nem que acontecerá, mas esse ano pelo menos existe alguma chance.

Força, Palmeiras!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

9 anos em 6 meses.

Pois é, palmeirenses. Podiam pelo menos realizar 9 anos em 9 meses, mas não. Nosso maior adversário resolveu mostrar como é uma recuperação de verdade de quem retorna da segunda divisão. Campeões do Paulistinha, campeões da Copa ByeBye Brasil(o da caravana rolidei). (Link pra quem não conhece o filme e não entendeu a piada aqui ).

Mas nada disso diminui que eles fizeram bem mais que nós em bem menos tempo. Eles venceram em 6 meses o que nem em 9 anos o clube que ainda se chama Palmeiras conseguiu vencer.

Só que isso não é problema meu, nosso, de nenhum palmeirense. Nosso problema veste verde e branco e dorme um sono profundo (quase um coma) na rua Turiassu.

O que vemos no Palmeiras? Bem, vemos um time sem comando, sem rumo, sem futuro. Um elenco de porcaria (e as porcarias que me desculpem pela comparação), uma diretoria inerte e que, quando resolve se mexer, teria sido melhor que continuasse inerte. Por exemplo, anunciaram esta semana a disposição de renovar contrato com o "craque" Jumar.

Enquanto isso Kléber, o Gladiador, aquele mesmo que foi embora depois de mais uma novela já característica do clube, está jogando tudo e destruindo na Libertadores e nós, renovando com Jumar.

Isso sem contar essa história toda com aquele sachê de travesseiro de avó chamado Keirrisson, um moleque em todos os sentidos da palavra, que chegou ao Palmeiras e se foi sem nunca ter estado no Palmeiras.

Mas foi "nisso" e no vendedor de acarajés flamenguista que a nossa diretoria "competente" apostou seu planejamento para a Libertadores 2009.

Olha, precisamos definir melhor essa palavra "planejamento". Porque ou eu e todos os dicionários da língua portuguesa a desconhecemos ou ela jamais poderá ser aplicada a um clube que monta um elenco porcaria como esse para disputar a principal competição continental.

Mozart? Jumar? Capixaba? Obina? Jeci et caterva? Hello?!?! Libertadores lembra algo mais valioso do que um tanque de bagres para vocês? Acho que não.

Ano após ano, apresentam esta balela de que estão "planejando". Plajenando o que e como? A transformação do Palmeiras na Tuna Luso? Só se for. Porque Luxa, Traffic, cabeças-de-bagre de empresários, desmontes de time ao final de cada temporada, postura de frouxos nos bastidores, inércia, tudo isso não pode ser o tal "planejamento" que eles tanto prometem.

E pra piorar a coisa, afinal não há humilhação bastante que essa gente ache suficiente, o Palmeiras passa uma semana e (até aqui) 2 jogos do Brasileiro sem técnico, porque eles vão esperar o Sr. Muricy Ramalho decidir se vem pro Palmeiras mesmo ou se espera mais um pouco alguma das suas opções principais.

Ele pode chegar ao Palmeiras amanhã, que não apaga esta vergonha que foi ser banco de reservas de técnico.

Senhores, sou de um tempo em que um convite para ser técnico do Palmeiras era aceito correndo por Telê Santana, já doente (vão dizer que meu texto inteiro está errado porque ele seria "diretor-técnico", afinal, pra mal entendedor o "W" é um "M" plantando bananeira).

O tempo passou e somos segunda, talvez até terceira opção do Muricy Ramalho, que foi interino de Telê no início da carreira.

Este é o tamanho do nosso apequenamento.

O que fica claro é que esta súcia que hoje comanda o Palmeiras apenas deixa o tempo passar, sem saber ou querer direito fazer algo que leve o clube novamente à sua grandeza que a cada dia se perde.

Quando estavam na oposição, eram habitués de programas esportivos, sempre achincalhando qualquer um que estivesse no comando do futebol do clube e dizendo como tudo seria "maravilhoso" caso eles chegassem ao poder.

Numa manobra cuidadosa que durou dois mandatos do Della Monica, eles foram se apoderando do clube, departamento por departamento, sempre zerando a conta pra parecer que haviam chegado ontem. "São só 6 meses, não dá pra fazer nesse tempo que levaram 12 anos destruindo". Troque os números - 6 meses por 1 ano, 1 ano e meio, 37 dias - e a desculpa não muda muito.

E o tempo passa. E os adversários vencem aqui, vencem ali. Dizem que o futebol, como a vida, é uma roda gigante em que hoje você está por baixo e amanhã estará por cima. Ao que parece, a roda gigante do Palmeiras quebrou com ele de bunda sentada no chão.

Nem vou falar dessa "arena", que já obteve 237 alvarás mas ainda falta "o último" pra sair do papel. É sempre ele o culpado, o "último".

Mas falo do que vejo e que me causa um misto de tristeza, resignação, raiva, nojo: um time que já foi grande no passado e que alimenta-se de um futuro que nunca chega, representado pelo tal "planejamento".

O Palmeiras hoje é isso: o campeão do século passado e o eterno campeão do ano que vem. O problema é que quando o "ano que vem" finalmente chega, ele automaticamente vira "esse ano" e aí o planejamento não é a curto prazo, ele é "pro ano que vem".

E assim gira o pobre Palestra, igual a esses frangos de padaria que, paradoxalmente, podem também representar glórias e campeonatos, tendo como cachorros vira-latas obviamente a sua sofrida torcida, que só assiste do outro lado do vidro, babando de vontade, de inveja, de fome, o banquete dos adversários.

"Muda Palmeiras", mas muda mesmo.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Pequenas impressões sobre um clube que se apequena

  • E a participação do Palmeiras na Libertadores terminou como imaginei: eliminação bizonha. Jogamos contra um time horroroso como o do Nacional-URU e ainda assim não conseguimos sair de 2 empates. O estoque de milagres, ao que parece, encerrou ali. Foi um do Cleiton Xavier no Chile e alguns do Marcos em Recife. É a prova que San Genaro sozinho não pode fazer tudo.


  • Alguém pensou que fosse ser diferente? Um clube que classifica-se para a competição mais importante do continente e se apresenta com Capixaba, Jumar, Jéci, Maurício Ramos e apresenta como reforços para a fase eliminatória Mozart e Obina, aquele vendedor de acarajés que foi exilado dos urubus, pode sequer pensar em ser campeão?


  • Enquanto isso o professor Luxa segue ganhando entre 500 e 750 mil reais por mês. É um belo salário para quem em quase 2 anos conseguiu ganhar um Paulistinha.


  • Disseram que a diretoria do Palmeiras, A.K.A. bananolândia, iria "pressionar" o Luxa para baixar o salário dele ou criar um clima que a possibilitasse substitui-lo pelo recém demitido técnico dos bambis Muricy Ramalho. Alguém acreditou mesmo que um bando de patetas que não consegue negociar de igual para igual nem com o Coritiba iria realmente colocar na parede um discípulo de Don Corleone como é o Luxa? Se acreditou nisso, também deve acreditar na tal arena que nunca sai da maquete.


  • Por falar em Arena, foi só o time levar uma peia na Libertadores e ser despachado de volta para a sua rotina de mediocridade de meio de tabela no Brasileirão(pro Palmeiras de hoje em dia a tal "luta pelo G4" é igual a um título) que começaram a aparecer notícias sobre a tal arena. Ouvi dizer que previsões otimistas dão conta que a maquete definitiva estará pronta no máximo até junho de 2030.


  • O Belluzzo bate boca com torcedor, chora na arquibancada e defende o que acontece no clube. Mostra que não tem auto-crítica, pois a situação do clube sob seu comando é simplesmente ridícula e merece vaias e cobranças; que não tem equilíbrio emocional, porque presidente de clube só deve chorar se for convocado pra alguma CPI e que é totalmente sem noção da realidade, porque defender o que esse elenco e comissão técnica tem mostrado em campo é coisa de lunático ou teimoso.


  • E assim cai por terra mais um "salvador da pátria" palmeirense. Nos diziam que o dia que Belluzzo fosse presidente, viraríamos o Real Madrid. Ele está aí. E estamos mais pra Ponte Preta.


  • A soma de falta de força nos bastidores, falta de credibilidade junto a atletas que sabem que o clube é refém da Traffic e do Luxa, o pulso fraco com as ingerências de todo lado, os resultados péssimos em campo ano a ano, a década praticamente em branco (Série B e Paulistinha até o Bragantino tem), essa arena de maquete que traz mais vergonha do que algo concreto (no sentido literal e no figurado) e a falta de quadros de dirigentes que dêem alguma esperança de dias melhores, transforma o Palmeiras num clube que caminha a passos largos rumo à irrelevância.


  • E o pior de tudo é que 90% da torcida aplaude tudo isso, confundindo amor pelo clube com uma cegueira idiótica.


  • Aonde será que isso vai dar? Não posso afirmar com certeza, só sei que pra ser palmeirense hoje em dia é preciso ter muito saco e estômago de avestruz.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Quando os áulicos se coçam, é porque tem pulga no manto do rei

Sou moderador de uma comunidade no Orkut que se chama "Palmeirenses Corneteiros". É uma espécie de refúgio onde as pessoas que são censuradas pela malta ignorante que se aquartelou naquele site de relacionamentos, especialmente em comunidades relacionadas ao futebol e ao Palmeiras, têm para falar abertamente sobre as já conhecidas agruras de torcer pelo time de camisa alvi-verde, que todo dia faz questão de escarrar na sua própria história gloriosa, sem serem expulsas, "moderadas", ameaçadas.

Geralmente o que posto lá, eu "usino" e acaba virando um post aqui. Por isso outro dia falei sobre o exemplo do Internacional e sobre a brilhante gestão de Fernando Carvalho. Sabia que os puxa-sacos da atual diretoria do Palmeiras, esta mesma diretoria que tem como brilhante planejamento para o futuro do clube arrendar o elenco profissional, além de gastar milhões por ano com um técnico que comenta os jogos do time pela TV, iriam subir nas tamancas, mas não achei que seria tanto.

Postaram um texto mal escrito naquela comunidade que se diz oficial, mas que é oficiosa, aonde me acusam até de ser "apócrifo" (reproduzo aqui em outro link, porque a "democracia" lá impede até leitura externa).

Não importa o quanto aquela famigerada maquete de arena teime em não virar um estádio de concreto, não importa quantos jogadores abaixo da crítica cheguem para desesperar a torcida com sua falta de condição para vestir a camisa do time, não importa quantas patetadas da direção como contratações que viram novela ou chapéus que o time leva aconteçam, nada disso é capaz de motivar a turminha da mesada do Orkut a fazer a menor crítica a tudo isso. Não.

O Palmeiras é um clube em "franca reestruturação", a diretoria que não produz um fato decente é "competente e bem sucedida", o planejamento é a "longo prazo".

A menos que planejar alguma coisa seja essa parceria maravilhosa que temos com a Traffic ou os adiamentos quase ad infinitum que a W Torre anuncia mês a mês, não sei o que mais pode ser chamado de "planejamento a longo prazo" no Palmeiras. Seria o salário do Luxa que provavelmente nos levará à falência? Ou os salários de um elenco de jogadores que, incrível, basta ver o time em campo para depreender se valem ou não o que ganham todo mês.

Mas eu os entendo. Como já disse aqui neste blog uma vez, se eu esperasse ganhar algumas camisetas e cortesias para entrar no estádio, também diria que o campeão da Série B de 2003 e o campeão do Paulistinha de 2008 é um clube em franca ascensão. Será este o caso?

Só que não levo nenhum mimo de ninguém, mesmo porque os únicos que desejo no futebol são taças de campeão, então meto o malho mesmo, com a liberdade de quem não põe mordaça em ninguém, não censura ninguém e nem cala participantes de nenhuma comunidade de Orkut, como fazem os donos e administradores daquela oficiosa que é a de final 15532.

Quem não deve, não teme. Quem teme, quer calar a voz dos outros. Exemplos iguais temos pelo mundo, é fácil escolher ou imaginar o que aquela comunidade seria caso fosse algum país.

Cuba? Coréia do Norte? China? Ou a Venezuela de Chávez? Basta escolher. Qualquer um será bem de acordo.

O fato é: o Palmeiras mostra em seu elenco, resultados, estruturação, situação política, divisões de base ou mesmo forma de atuar em campo, sinais de um clube que avança para qualquer direção que não seja em torno do próprio rabo? Na minha opinião, não.

Não deveria responder a puxa-saco de diretoria,mas vou fazê-lo. Meu blog não é apócrifo, ele é um link presente no site http://www.marcusvinicius.org , registrado sob meu nome e pago por mim.Se fosse apócrifo não usaria meu site, meu login do Google Accounts e minha própria identidade.

Este indivíduo quer desqualificar o que eu digo acusando-me de cometer o crime do anonimato, quando neste caso o delinquente é ele, que me imputa falso ilícito. E o faz tão e somente para não ter que falar seriamente sobre o que eu digo aqui, que se fosse tão mentiroso e equivocado, certamente não mereceria tamanha atenção.

O único dado que é contestado sobre o que escrevi e salta aos olhos é a discrepância de datas sobre os revelados pelas divisões de base, alguns anteriormente à gestão do Sr Carvalho, ou seja, filigranas. Esquadrinhou meu texto inteiro e achou dois jogadores que que eram anteriores à gestão mencionada, e que diga-se de passagem, o Internacional revelou mas não doou, como aconteceu com o Ilsinho, pra dizer que tudo o que falei é equivocado.

Típica manobra diversionista, típica artimanha de quem não tem o que mostrar.Mas tudo isso é inócuo se formos ver que há exatos 4 anos (2005/2009), rumando para 5 (em 2010) estes Senhores dizem que "estão começando a planejar o Palmeiras". Afinal, o "demônio" Mustafá saiu faz "pouco tempo".

É igual brincadeira de pique-esconde! Sempre que se inicia um novo mandato "zera" tudo e eles nunca podem "consertar em alguns meses o que outra pessoa destruiu em não sei quantos anos". Impostura! Vão enganar os trouxas que os seguem, a mim não.

É praxe dos covardes fugir do embate direto, fazer acusações ad hominem ,se esconder atrás de subterfúgios como "galera", "moderação", "me disseram que alguém disse". Eu aqui falo sério, falo do que vejo e penso sobre o clube para o qual torço.

Não sou dono de verdades imutáveis ou tudo o que falo é lei, mas sou dono das minhas verdades.

E estas são as minhas verdades, diga-me as suas ou pode continuar que nem lavadeira, "dizendo o que disseram que alguém escutou" ali na Rua do Sol.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O exemplo do Inter

Não. Esse não é um texto de babação de ovo gratuita a favor de um outro time, fruto de um complexo de vira-latas corneteiro-palmeirense. Este é um texto de constatação, pura e simples.

O Sport Club Internacional viveu nas décadas de 80 e 90 um de seus períodos mais difíceis, chegaram a ser ameaçados de rebaixamento em 99.

Aí aconteceu Fernando Carvalho. Não que uma andorinha possa fazer verão, mas a postura do Inter mudou. O time se estruturou no que pode, passou a revelar jogadores em suas divisões de base (Lúcio, Fabio Rochemback, Nilmar, Rafael Sóbis, Alexandre Pato, Daniel Carvalho, entre outros), valorizar seu patrimônio com um centro de treinamento decente, reformar e modernizar o seu estádio de forma responsável, sem projetos mirabolantes, fortalecer o clube como um todo e não personalidades dentro dele e como resultado disto tudo, voltou a figurar como um dos grandes no cenário nacional e a brilhar no cenário internacional com uma Taça Libertadores e um Campeonato Mundial.

Se qualquer um tiver curiosidade e for buscar no Google, isso mesmo, no simples e prosaico site de pesquisas que está ao alcance de todos, algumas análises sobre as razões da volta da grandeza do Inter, esta pessoa verá que grande parte deste feito é creditada ao fortalecimento das divisões de base, à valorização da "prata da casa" e a sua negociação por valores que atendam aos interesses do clube.

Uma instituição aonde não existe treinador estrela, aonde um jogador declara, como fez o Andrezinho (autor do gol contra o Flamengo, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil/2009), que prefere estar ali sendo um reserva do que ser titular em clube sem expressão e estrutura.

Com esta aparentemente simples receita, o Inter ganhou a taça continental, a mundial, uma Sul-Americana e hoje, orgulhosamente, pode dizer que é "Campeão de Tudo", sem precisar de e-mail, de concessão da FIFA ou de fax para tal.

Mas vamos voltar ao planeta Terra, ou melhor, ao "planeta Palmeiras", que é aonde vivemos as agruras deste clube pelo qual escolhemos torcer. Em que o exemplo do Inter é seguido e em que é totalmente abandonado quando se trata de Palmeiras?

Primeiro, essa novela de "arena". Essa coisa, esse monstrengo, esse cacareco, essa maquete eterna é o retrato de um clube que promete demais, "planeja" demais, mas nunca coloca seus pés no chão.

No Palmeiras a coisa funciona assim: sonhe bem alto, muito mais alto do que possa imaginar, depois, quando a realidade bater à porta, ao invés de simplificar e ser apenas "realista", seja medíocre.

Por isso, volta e meia sonham com Sóbis, Fred, Vagner Love e quando caímos na mediocridade reinante vemos Max, Florentin, Alex Afonso. Por isso sonhamos com a maquete coberta, que a W Torre construiria algum dia e nos deparamos com o velho cimentão que teve como máxima intervenção do clube a colocação de uma "área vip" aonde os sortudos que pagam caro levam chuva pela cabeça em dias de tempo fechado e sol em dias quentes.

Porque não, ao invés de sonhar com uma "arena" que estaria pronta em 2010 e agora vai começar suas obras em 2010, o Palmeiras não fez um projeto simples de fechamento do anel do Palestra Itália, cobertura de suas arquibancadas, modernização dos banheiros e acessos e pronto, teria um estádio simples, mais acolhedor e o que é melhor: real.

Afinal, quem gosta de maquete de estádio é corinthiano.

Depois, voltando ao exemplo do Inter, porque ao invés de arrendar seu elenco principal e virar vitrine de padaria para os "sonhos" mofados da Traffic, o Palmeiras não valoriza suas divisões de base, revela jogadores bons, vence jogos com eles, negocia-os por bons valores e aí entra no mesmo ciclo virtuoso que o Inter entrou?

Mesmo com uma divisão de base sarnenta, largada, negligenciada, o Palmeiras revela jogadores como Ilsinho e Souza, que para mim são equivalentes a algumas das boas revelações do Colorado gaúcho.

Mas porque então se a receita é simples, o Palmeiras não a segue? Eu, sinceramente, não sei. Não acreditei muito que a eleição de Luiz Gonzaga Belluzzo fosse mudar algo, mas ainda assim torci para que estivesse errado.

Porém, vejo que trata-se de um bom homem, torcedor do clube, mas sem pulso algum para ser o nosso Fernando Carvalho e mandar a Traffic procurar um time pequeno para sugar o sangue, mandar a W Torre levar sua maquete para a Marginal sem número e mandar todo mundo que se acha maior do que o Palmeiras para o diabo que os carregue.

Ele é conciliador demais, calmo demais, banana demais.

Continuamos, sob o seu comando, com as negociações que viram novela, com os adiamentos na obra da tal arena, com o monte de diretor disso e daquilo se imiscuindo nos negócios do clube, com um time que é vitrine de empresário e com a dieta de títulos.

O Palmeiras precisava de uma pessoa simplória. Não de um renomado economista, de um poliglota ou de um neuro-cirurgião, mas de uma pessoa que planejasse menos e fizesse mais. Que chegasse no clube, chamasse alguns funcionarios e dissesse "vamos começar reformando estes banheiros, metam a marreta em tudo que eu vou mandar comprar o material".

De um presidente que chegasse pro treinador e dissesse "temos nossa divisão de base, trate dela com o mesmo carinho com que você trata os jogadores do empresário que te dá 20% de comissão". Que fizesse um Centro de Treinamento para estas categorias que fosse excelente, porque dali sairia a fortuna do Palmeiras.

Um cara que pensasse simples, mas que fizesse mais e falasse menos. Talvez assim o Palmeiras pudesse um dia também ser o "campeão de tudo", ao invés do "campeão de quase nada" que é atualmente.

Espelhos para mirar não faltam, só precisa que se olhe direito.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Libertadores é sofrimento

Ufa! Que jogo hein? Dramático, sofrido, suado, vencido nos penalties, ou seja, a cara da Libertadores.

Não existe palmeirense, vivo ou morto, que não esteja feliz com esta classificação. Nosso time (e nossa torcida, é claro) tinha essas oitavas-de-final engasgadas desde a bi-eliminação para os bambis em edições recentes. O Palmeiras precisava livrar-se do estigma de só chegar até aí, e livrou-se.
Foi uma dessas classificações que engrandecem um time dentro da competição(chavão batido, mas verdadeiro).

Como destaques, vejo o garoto Souza, que me faz ter esperanças de um grande futuro, a vontade do Pablo Armero e o lampejo do velho Marcos, que voltou a ser o goleiro de 1999, que decide na hora que precisa, ainda que tenha falhado no gol do Sport.

Marcos aliás é um caso para estudo. Se computados os resultados gerais dele, sua carreira no Palmeiras não é nenhuma "Brastemp". Poucos títulos, um rebaixamento, aquele desastre no Japão. Mas são jogos como os de hoje que criaram e recriaram a sua mística de grande goleiro, de "goleiro das grandes decisões".

Não sou fã dele pelo conjunto da obra, mas não tenho como negar que quando sua estrela resolve brilhar, o Palmeiras tem muito a agradecer a ele. Se ele fosse sempre assim, eu pelo menos não o esculhambaria tanto. Que nesta reta final de sua carreira, ele possa viver mais momentos como este e, quem sabe, até levantar um troféu lá em Dubai, livrando-se do estigma de 99.

Só que...pois é, corneteiro sempre tem um "mas", o Palmeiras não chegará nem à ante-sala do Aeroporto para um vôo da Emirates, se suas (muitas) falhas não forem corrigidas.

Temos um atacante que só presta para fazer gols no Marília, Portuguesa, Mogi Mirim. Isso é um problema, pois o Keirrisson e suas meias brancas e camisa engomada ao final de boa parte dos jogos não ajudam em nada o Palmeiras.

Nosso elenco é pífio. Temos contado com muita, mas muita sorte mesmo e com estrelas individuais, que tem brilhado quando precisamos, como é o caso do Cleiton Xavier contra o Colo Colo e agora do Marcos, contra o Sport em Recife.

É muito, muito pouco para quem deseja levantar uma Taça Libertadores e, quem sabe, até um Mundial, título inédito na história do Palmeiras.

Precisamos de um lateral, precisamos de um atacante, precisamos de mais qualidade na zaga, precisamos de um bagre que saiba pelo menos marcar e não seja bizonho como esta múmia que ressucitaram não sei de onde, que é o tal do Mozart.

Enfim, tal qual eu disse após o jogo contra o Colo Colo, o Palmeiras precisa se mexer. Dar alguma qualidade ao seu elenco para, na hora em que precisar da sorte, não seja só com ela que o time tenha a contar.

Estou feliz pela vitória, aliás, pela classificação, porque perdemos o jogo. Só que assistir o Palmeiras jogando feito um time pequeno não me dá tranquilidade e nem confiança.

Nossa diretoria precisa correr. Perderam tempo entre a fase de grupos e as oitavas, e passamos por elas no sufoco. Se perderem tempo outra vez para as quartas-de-final, pode ser que não haja tempo para fazer nada depois e aí, nesse caso, tome notícia da tal "arena" que essa semana já anunciaram que ficará para o "ano que vem".

Não estou pedindo que vocês, ilustres palestrinos incompetentes e inertes que dirigem o clube, construam uma arena multiuso que está muito além de suas capacidades. Peço apenas dois ou três nomes que possam ajudar este time a fazer história dentro de campo, já que vocês fazem um péssimo trabalho escrevendo-a fora dele.

Afinal, Libertadores é sofrimento, mas a gente não precisa colaborar para sofrer mais do que o necessário.

Avanti, Palestra! Que a sorte não o abandone!
 
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