terça-feira, 21 de abril de 2009

Perde,ganha,perde,ganha,perde,perde...

O Palmeiras perdeu. 1x2 contra o Santos no Palestra Itália.

O Palmeiras venceu. 2x0 contra a LDU no Palestra Itália.

Perder e ganhar é do jogo, porque será que então eu coloquei esses dois resultados aí em cima, apenas mais dois entre os milhares e milhares de resultados da história do Palmeiras?

Simples: porque perdendo ou ganhando, o Palmeiras não sai do lugar e isso é o pior. Talvez se algum desastre acontecesse, se o fundo do poço realmente chegasse e o clube não tivesse mais para onde ir, nós veríamos uma reformulação capaz de salvar o Palmeiras de si mesmo. Mas nem isso posso dizer que é certeza, afinal, fundo do poço maior do que a segundona?

O que vemos, ano a ano, é uma sequência de sonho/queda da cama de fazer inveja a qualquer sonâmbulo. Vem o início do ano, as promessas mirabolantes de final de temporada transformam-se nas promessas obscuras vindas de clubes sem expressão, e a torcida louca para comemorar qualquer coisa embarca e se embala em quimeras que surgem mais ou menos quando o Paulistinha começa.

Uma vitória contra o Santo André aqui, uma goleada no Mogi-Mirim ali, e voi là já possuimos o "melhor time do mundo" no imaginário da torcida palestrina. Como seria perfeito o mundo do futebol, se nele só existissem Remos, Santos André, Mogi-Mirins ou Juventus.

Mas nada é perfeito e em se tratando de Palmeiras, nada é perfeito mesmo.

Daí vem os clássicos e, empatezinho murcho aqui, vitória ali e derrota acolá, uma parte da torcida acorda e vê que nada é tão verde no reino do Palestra Itália. Aí as divisões se aprofundam na galera.

Uns chamam os outros de "corneteiros", como se isso fosse possível num time que não vence nada relevante a 10 anos. Os demais se revoltam com o técnico da vez (o que diferencia os que passaram pelo Palmeiras nesta década é apenas o tamanho do prejuízo que representam para os cofres do clube), contra os bagres da vez, contra o conformismo de sempre.

Mais ou menos entre março e abril, religiosamente, o Palmeiras já está mergulhado no que será o restante do seu ano. Derrota, vitória, empate, derrota, derrota, notícias sobre a tal "arena" que nunca sai, promessa de contratação mirabolante, vitória, vitória, vitória, promessas e "arenas" esquecidas, derrota, crise, etc, etc, etc.

No final, mais um ano se passa e, tirando um Paulistinha aqui e uma Série B ali, o Palmeiras só justifica a sua existência como figurante no elenco do futebol brasileiro. É impressionante a nossa regularidade! Seja quem estiver no topo, desde o falecido "Furacão" paranaense, passando pela quadrilha Corinthians/MSI, até chegar aos meninos empoados de talco do Jardim Leonor, o Palmeiras continua lá, brigando por vaguinha na Libertadores, amarelando na hora que tem que decidir.

É por isso que a derrota contra o Santos ou a vitória contra a LDU não servem para alterar em nada o meu pulso. Elas são apenas mais do mesmo. É tudo tão igual e previsível que chega a me dar sono.
E o mais grave é que nada parece acordar o torcedor. Uns agem como tropa em ordem unida, marchando e cantando sem saber porque, apenas repetem o que já faziam antes e alguém ensinou, os outros reclamam, espinafram o clube e o elenco, mas também mais por inércia do que por crença que algo possa mudar. O Palmeiras hoje é isso: um bocejo de tédio.

Tédio do mesmo de sempre, de um time que se acostumou a não ir além, de um clube que se acostumou a não se respeitar e de uma torcida que se acostumou a bater palmas até para indisciplina dentro de campo.

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